A cidade de Paracambi celebrou seus 64 anos com uma grande festa que, apesar do frio e da chuva, conseguiu animar e engajar a população local e visitantes. Durante quatro dias de comemoração, uma programação diversificada com shows de artistas renomados, como: Leonardo, Fernandinho, Naiara Azevedo, Filipe Ret, Raça Negra, Yara Vellasco, Nosso Bloco e Furacão 2000, transformou o aniversário da cidade em um evento memorável. A festa, que contou com um clima de alegria e confraternização, não foi afetada pelas condições climáticas adversas, e os paracambienses aproveitaram cada momento, elogiando a organização e a administração da prefeita Lucimar Ferreira (PL).

Além dos shows, a programação também incluiu atividades tradicionais, como a missa e o culto ecumênico no dia 8 de agosto, data oficial do aniversário de Paracambi. Na ocasião, também houve uma sessão solene no Cassino Municipal, onde diversos munícipes foram homenageados com placas de cidadão paracambiense, em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade.

No entanto, nem tudo foi motivo de celebração. A estrutura do evento deixou a desejar em alguns aspectos, o que gerou críticas entre os participantes. A chuva intensa transformou o local da festa em um mar de lama, dificultando o acesso a áreas essenciais, como os banheiros químicos. Outro ponto controverso foi a presença de lounges e camarotes VIPs, acessíveis apenas para convidados da prefeita ou para aqueles dispostos a pagar até R$ 100,00 por um espaço coberto, onde podiam se proteger da chuva, e camarotes de R$ 1.000,00. A criação desses espaços privilegiados em um evento público foi vista por muitos como uma exclusão desnecessária, alimentando um debate sobre a transparência e a justiça na gestão dos recursos municipais.

Abaixo, a diferença das instalações dos munícipes para os convidados da prefeita: 

Divergência e falta de informações sobre o cachê dos artistas: 

Falando em recursos, os gastos para a realização da festa também levantaram questionamentos. Embora a prefeitura não tenha divulgado oficialmente os valores envolvidos, estima-se que aproximadamente R$ 2 milhões tenham sido destinados aos cachês dos artistas. A inclusão do evento no programa Giro Cultural da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado (Funarj), a pedido da prefeita Lucimar Ferreira, sem licitação, garantiu o repasse de R$ 580 mil para o cantor Leonardo, R$ 460 mil para o Raça Negra, R$ 350 mil para Filipe Ret, R$ 250 mil para Naiara Azevedo, R$ 160 mil para Fernandinho, R$ 55 mil para Yara Vellasco, R$ 30 mil para Nosso Bloco e R$ 250 mil previstos para o Padre Fábio de Melo.

Além disso, a Prefeitura de Paracambi está fazendo mistério com os gastos da mega festa — que vem a calhar em ano eleitoral. Estrutura de palco, iluminação, som, segurança, prestadores de serviços. As informações dessas contratações não foram publicadas no Diário Oficial até o momento.

Em meio à alegria pela celebração de mais um aniversário da cidade, essas questões levantam reflexões importantes sobre a administração dos recursos públicos e a equidade na realização de eventos municipais. O que é certo é que, para o bem ou para o mal, os 64 anos de Paracambi ficarão na memória dos moradores como um marco que vai além da festa, tocando em temas que vão desde a organização até a gestão pública.